O grande fato da política foi a criação da União Progressista, a federação que reúne PP e União Brasil e compõe a maior força dentro do Parlamento brasileiro, com 20% do total de deputados, 14 senadores e o maior número de prefeitos do país. E muitos se perguntam: qual o propósito dessa nova arquitetura política?
Em primeiro lugar, romper a estagnação em que o Brasil está desde o início da chamada Nova República. Se é verdade que, do ponto de vista da democracia, avançamos muito e vivemos o mais longo período democrático de nossa história, do ponto de vista econômico a redemocratização que completa 40 anos é um fiasco.
Crescemos 167% nas últimas quatro décadas, enquanto a China 3.000% e a Índia mais de 1.000%. Ou seja, para além de qualquer ideologia, o Brasil não fez o seu dever de casa na economia, patinou e ficou para trás.
E a realidade é que não existe democracia forte sem economia forte. O desafio urgente do Brasil é parar de discutir falsos problemas e falsas polêmicas e enfrentar seus verdadeiros desafios: voltar a crescer, criar empregos, aumentar a renda per capita, diminuir a pobreza, atrair investimentos e, sobretudo, entrar finalmente no século 21, mesmo que com um quarto de século de atraso.
As economias mais avançadas do mundo são extremamente tecnológicas. Seu povo passou por um processo de educação e formação para capacitá-lo a produzir com maior produtividade e competir em escala global.
Enquanto isso, no Brasil ficamos paralisados por uma polarização estéril que apenas nos conduz para o passado. E a falta de prosperidade cria o terreno fértil para a proliferação de organizações criminosas que aprisionam e controlam a vida do nosso povo.
Países dominados pela violência não atraem investimentos. Atraem repulsa. Temos de reconstruir o Brasil fazendo um grande choque de prosperidade e a modernização do Estado.
O que significa isso? Acabamos de aprovar uma reforma tributária que estabelece um piso de impostos na casa dos 30%, enquanto países como China e Estados Unidos propõem uma carga bem mais baixa.
Como conseguiremos competir com o mundo se não temos eficiência e somos mais caros, mais inseguros, não temos a energia que o desenvolvimento da segunda revolução tecnológica exige? Os EUA estão dobrando sua produção energética. A China acaba de anunciar a construção de 16 usinas nucleares.
Enquanto isso, o Brasil se perde em pautas vazias e não discute os temas que precisam ser enfrentados. É para isso que formamos a União Progressista: para sermos uma bússola na democracia brasileira que aponte o país para a direção certa.
Precisamos de um projeto de desenvolvimento nacional que perpasse governos e que seja a base para que o Brasil não perca o seu futuro. Temos de fazer com todas as áreas do país o que aconteceu com o agro: mostrarmos que somos capazes de liderar em escala global, com tecnologia, eficácia e trabalho.
Esse é o propósito da União Progressista: destravar o país e contribuir para que ultrapassemos esse impasse histórico. Ou construímos o futuro ou o Brasil e a democracia não conseguirão resistir às pressões do colapso de não fazermos nada indefinidamente.
A política é a arte de apontar caminhos e reunir consensos. O Brasil atual está esgotado. Temos de agir com coragem e ousadia para escrevermos a história; ou a história a ser escrita será como a nação que tem tudo, mas que pode mergulhar num abismo sem volta.
Temos de ter responsabilidade com o Brasil e com o povo brasileiro. Esse é o principal compromisso da União Progressista.
TENDÊNCIAS / DEBATES
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Fonte ==> Folha SP
