Depois de décadas sem ir ao espaço, astronautas de Índia, Polônia e Hungria esperavam deixar a Terra nesta quarta-feira (11) rumo à Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês). Mas a missão privada americana em que isso ocorreria acabou adiada.
Um vazamento impediu o lançamento do foguete da SpaceX, de Elon Musk, no qual estavam quatro astronautas. Por enquanto, não foi anunciada uma nova data para o voo.
A missão é feita pela empresa americana Axiom Space, que oferece serviços de voos espaciais privados.
A tripulação é formada pelo astronauta indiano Shubhanshu Shukla, pelo polonês Slawosz Uznanski-Wisniewski, pelo húngaro Tibor Kapu e pela americana Peggy Whitson, ex-astronauta da Nasa que agora trabalha para a Axiom Space.
A ideia é que, quando chegarem ao espaço, eles possam conduzir cerca de 60 experimentos, principalmente com microalgas e tardígrados (animais microscópicos).
Os últimos voos espaciais de Índia, Polônia e Hungria remontam há mais de 40 anos, quando os astronautas da atual missão ainda não tinham nascido.
Seus antecessores eram chamados de cosmonautas, pois voavam a bordo de naves espaciais soviéticas, como parte de missões oferecidas a países aliados da URSS.
“Levo comigo não só instrumentos e equipamentos, mas também as esperanças e os sonhos de um bilhão de corações”, disse Shubhanshu Shukla, 39, em uma entrevista coletiva.
O piloto quer fazer história para seu país, o mais populoso do planeta, tornando-se o primeiro indiano na ISS e o segundo a entrar em órbita depois de Rakesh Sharma, que chegou à estação espacial soviética Salyut 7 em 1984.
Espera-se que sua participação seja um passo-chave para o primeiro voo tripulado da Índia, que espera realizar o feito em 2027.
Os três países financiam a missão de seus astronautas.
A Hungria anunciou em 2022 que pagaria US$ 100 milhões (aproximadamente R$ 521 milhões, em cotação da época) por seu assento. Índia e Polônia não revelaram o montante.
Segundo a mídia indiana, o país gastou mais de US$ 60 milhões (R$ 333 milhões, na cotação atual).
Recentemente, o setor espacial americano viveu horas de tensão após o desentendimento entre Elon Musk, fundador da SpaceX, e o presidente americano, Donald Trump.
O bilionário ameaçou desativar a cápsula Dragon, mas depois recuou.
A cápsula é usada pela Axiom e desempenha um papel crucial para a Nasa, pois é a única nave espacial americana autorizada para levar astronautas para a ISS.
O conflito entre os dois evidenciou a interdependência entre o governo americano e a SpaceX, utilizada não só pela Nasa, mas também pelo Pentágono para enviar tripulações, carga e satélites ao espaço.
Fonte ==> Folha SP – TEC