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Planejamento é a chave para o uso do crédito consignado

Desigualdades persistem apesar da melhora no IDH

Em tempos de orçamento apertado, o crédito consignado tem sido um dos tipos de financiamento mais contratados no Brasil. A modalidade permite que as parcelas sejam descontadas diretamente da aposentadoria, pensão ou salário do trabalhador com carteira assinada. Entretanto, essa vantagem esconde os riscos de um comprometimento maior da renda e do chamado efeito “bola de neve”, quando a pessoa contrata uma nova dívida para quitar as anteriores.

Diante dos elevados índices de inadimplência entre consumidores brasileiros, o governo criou o programa Crédito ao Trabalhador, que permite a empregados com carteira assinada (os chamados CLT), empregados rurais, domésticos e MEI solicitar crédito a instituições financeiras habilitadas pelo Ministério do Trabalho. Quem tem carteira assinada pode usar até 10% do saldo do FGTS como garantia ao contratar um crédito consignado, ou 100% da multa rescisória em casos de demissão sem justa causa (equivalente a 40% do saldo do FGTS).

Gradativamente, o programa vem ampliando suas funcionalidades. Desde o início de junho, passou a oferecer a possibilidade de portabilidade no crédito consignado e a unificação de até nove dívidas em uma só. Por isso, é essencial verificar se a troca de banco oferece condições mais vantajosas, especialmente em relação às taxas de juros. A medida busca simplificar o controle financeiro dos trabalhadores e reduzir o custo total da dívida, uma vez que a nova contratação deve obrigatoriamente apresentar condições mais vantajosas do que as anteriores.

Ainda assim, é fundamental que a contratação de novo crédito consignado ou migração para outro banco seja feita com cautela. Ao optar pela portabilidade, é essencial comparar os custos entre as instituições e evitar armadilhas, como ofertas que embutem refinanciamentos disfarçados de novos contratos. Na unificação de dívidas, o risco está em transformar diversas obrigações menores em uma maior, com prazo mais longo e possibilidade de comprometimento contínuo da renda.

O crédito consignado e o Crédito ao Trabalhador podem ser importantes ferramentas de reorganização financeira e acesso a recursos em momentos de necessidade. No entanto, sem planejamento, podem agravar a situação econômica do trabalhador. A chave está em tomar decisões informadas, considerando não apenas a urgência, mas também a sustentabilidade das escolhas financeiras.



Fonte ==> Folha SP

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