A Justiça paulista determinou a penhora das ações do ex-prefeito Paulo Maluf na Eucatex, empresa fundada por sua família em 1951.
A decisão foi tomada pela juíza Larissa Vatzco em cumprimento a uma sentença na qual ele foi condenado por improbidade administrativa em decorrência de atos cometidos 29 anos atrás.
Em 1996, de acordo com o processo, Maluf realizou manobras irregulares nas contas da cidade para justificar gastos extras no orçamento. Ele teria utilizado artifícios contábeis para projetar uma arrecadação de impostos maior do que a realizada.
Com isso, de acordo com o Ministério Público, a cidade acabou gastando dinheiro que não possuía, o que resultou em dívida bilionária com efeito “bola de neve” para os Orçamentos seguintes.
Maluf se defendeu na ação dizendo que não violou a lei e que a abertura de créditos suplementares no Orçamento foi feita com base nas estimativas dos técnicos. Declarou também que os gastos da sua administração foram aprovados pelo Tribunal de Contas do Município.
FolhaJus
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A Justiça não aceitou a argumentação e condenou o ex-prefeito a pagar a multa de cerca de R$ 3 milhões (em valores atualizados). Ele não pode mais recorrer em relação ao mérito, pois o processo transitou em julgado em 2021.
Desde então a prefeitura de São Paulo tenta receber a multa, que foi calculada considerando 100 vezes a remuneração de Maluf na administração municipal. O ex-prefeito disse à Justiça que não tinha como pagar o valor em dinheiro e ofereceu à penhora um imóvel de 36,3 mil metros quadrados que ele possui em Itapecerica da Serra, na Grande São Paulo. A prefeitura paulistana recusou a proposta.
A Justiça, então, a pedido da administração municipal, ordenou a penhora das 381.260 ações que ele tem na Eucatex, bem como o bloqueio do pagamento de dividendos que tenha a receber. A medida atinge também ações preferenciais que Maluf possui na Vale e na Mahle Metal Leve.
Fonte ==> Folha SP