A Lupatech acusou a consultoria L4 Capital de ter divulgado de forma indevida informações confidenciais e privilegiadas sobre a companhia e disse que tomará as medidas cabíveis sobre o caso.
A informação foi divulgada em meio a discussões sobre uma possível destituição do conselho de administração da empresa.
Em comunicado publicado na última sexta-feira, a fabricante de peças para a indústria de petróleo diz que foi procurada pela L4 Capital em julho de 2024 para que fosse feita uma parceria comercial com o objetivo de obter fontes de financiamento de longo prazo, incluindo a emissão de ações.
No âmbito dessa parceria, os sócios da consultoria obtiveram acesso privilegiado a informações confidenciais, como dados contábeis e financeiros, planos de negócio e negociações em curso, afirma a Lupatech. Só que, passado um ano do início da parceria, a L4 não apresentou propostas de captação, diz a empresa.
Em maio, a gestão da Lupatech tomou conhecimento da publicação de um laudo de avaliação com o uso de informações que eram confidenciais “de forma totalmente desautorizada” e que trazia planos da companhia como se fossem da L4 Capital, diz o comunicado.
Além disso, diz a Lupatech, o documento foi usado para “aliciar” acionistas em um anunciado projeto de ativismo, “sob o pretexto do qual a L4 Capital ofertou serviços de carteira administrada a serem executados pela gestora ‘parceira’ AvantGarde Asset Management, da qual os sócios da L4 Capital também são sócios”.
“A divulgação não autorizada, além de representar violação contratual passível de reparação cível, enseja também a apuração de violações legais nas esferas criminal e administrativa de mercado de capitais”, diz a Lupatech.
A empresa ressalta que a L4 Capital ainda permanece de posse de informações confidenciais e privilegiadas e que as negociação de ações nestas circunstâncias é passível de sanções administrativas e criminais.
Destituição do conselho
No dia 14, a Lupatech disse ao mercado que tomou conhecimento sobre a convocação de uma assembleia geral extraordinária pelo acionista José Maria de Oliveira e Silva, dono de 7,81% do capital social, visando a troca do conselho de administração.
Na mesma data, a empresa disse que não recebeu correspondência de Silva pleiteando ou subsidiando pedido de assembleia e afirmou que a convocação seria irregular, devido à falta de documentação.
Na sexta-feira, o conselho da Lupatech retomou o assunto e decidiu que a assembleia, de fato, não poderia ser convocada, considerando também as apurações relativas ao uso de informações privilegiadas pela L4 Capital.
Segundo o jornal “Folha de S.Paulo”, seriam indicados ao conselho, além de Silva, Carlos Suslik, presidente da L4 Capital.
A L4 Capital foi procurada, mas não se manifestou até o momento desta publicação.
Fonte ==> Exame