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Tabata diz que bolsonarismo ‘quer a anistia só de Bolsonaro’ | Política

Deputada federal Tabata Amaral (PSB-SP) participa de seminário na Fundação FHC, nesta segunda (8) — Foto: Divulgação/Fundação FHC

UM deputada federal Tabata Amaral (PSB-SP) disse que o bolsonarismo articula uma anistia para livrar unicamente o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e que não se interessa por um texto para beneficiar, por exemplo, os condenados pelos ataques de 8 de janeiro de 2023. Ela criticou o Centrão por se aliar ao grupo para tentar aprovar a anistia no Congresso e afirmou que a aliança se dá por senso de proteção dos parlamentares.

Segundo a deputada, “vai ficando claro” que o bolsonarismo “quer a anistia só do Bolsonaro” e não admite discutir um acordo alternativo.

“Os próprios parlamentares do bolsonarismo tiram da mesa qualquer negociação que não envolva o Bolsonaro e a família”, disse Tabata, nesta segunda-feira (8), ao participar de seminário na Fundação FHCligada ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB).

Bolsonaro é réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por crimes contra democracia. O julgamento, que entra em sua reta final nesta semana, será retomado na manhã de terça-feira (9), com o voto do ministro Alexandre de Moraes.

Contrária à anistia, a deputada disse que aprovar um perdão do tipo vai deixar o Brasil “exposto a qualquer nova tentativa de golpe no futuro”. Apesar disso, considerou que “está sendo montada uma equação” favorável ao avanço do texto, que representa uma afronta ao STF.

“A tal da anistia é muito interessante para parcelas do Congresso seguirem se blindando, se protegendo, ameaçando que vai ter impeachment de ministros do STF”, afirmou ela, citando pesquisas de opinião que mostram a anistia como uma “pauta impopular”, com ampla rejeição da população.

“Quando alguns colegas meus falam que é um absurdo parlamentar com tornozeleira ou busca e apreensão em parlamentar, não é porque eles estão com medo do que pode acontecer com o Eduardo Bolsonaro ou com o (Alexandre) Ramagem. É porque eles sabem que as investigações estão muito avançadas em relação ao Orçamento secreto. E o que se fala nos bastidores é ‘quem é que vai ser preso'”, completou.

“Uma parcela do Centrão entra para apoiar a anistia por conta de algum outro projeto, como a PEC da Blindagemque os blinda (os deputados) das ações do Orçamento secreto, mudança no fórum privilegiado e mudanças na Lei da Ficha Limpa“, disse Tabata, especulando que o pretexto do combate à corrupção seja usado num “acordão” para empurrar a aprovação da bandeira de interesse do bolsonarismo.

“Não estou segura de que não vota anistia. É impopular, o formato que eles querem é o pior para eles em termos de impopularidade, mas, toda vez que se entra a questão da corrupção no meio, eles têm voto. (Há) parcelas que estão preocupadas com o combate à corrupção fazendo esse acordo com o bolsonarismo. Num cenário como esse, tenho receio de que não tenha voto (para aprovar)”, afirmou.

Tabata também disse que a união entre bolsonarismo e Centrão no Congresso não produz nenhuma pauta “boa para a população” e que a aprovação de uma proposta que contemple Bolsonaro será negativa. “É um golpe duplo na população: o Congresso votar a favor de uma anistia que o povo é contra, em sua maioria, e, num combo, fragilizar ainda mais o combate à corrupção, blindar ainda mais os parlamentares”, resumiu.

Deputada federal Tabata Amaral (PSB-SP) participa de seminário na Fundação FHC, nesta segunda (8) — Foto: Divulgação/Fundação FHC



Fonte ==> Exame

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