Desde a administração de George W. Bush, os Estados Unidos gastaram mais de 800 milhões de dólares lançando poderosa tecnologia de monitoramento climático no espaço.
Os satélites, conhecidos como missões Orbiting Carbon Observatory (algo como Observatório Orbital de Carbono), vieram com enormes riscos. Em 2009, a primeira tentativa de lançamento falhou, incinerando um satélite. Mas duas missões posteriores foram bem-sucedidas, e hoje os satélites estão em “perfeita saúde”, de acordo com um relatório governamental emitido em janeiro.
Agora, no entanto, a administração Trump quer descartá-los como uma medida de economia.
É como comprar um carro “e depois jogá-lo contra uma árvore após alguns anos, apenas para economizar o preço de um tanque de gasolina”, disse David Crisp, ex-cientista do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa que liderou as missões para lançar os satélites, que ajudam a monitorar a vida vegetal e gases de efeito estufa e são usados por meteorologistas, agricultores e cientistas.
Ele observou que a maior parte do custo dos satélites estava no início. “Eles custam uma quantia enorme para construir”, disse ele. Mas, uma vez em órbita, “custam uma fração disso por ano para operar”. Os satélites têm mais de uma década de vida útil restante, disse Crisp.
Em maio, a administração Trump propôs cortar o orçamento da Nasa para 2026 em 25% e reduzir pela metade os gastos com ciências da Terra e do clima. Bethany Stevens, porta-voz da NASA, disse que o orçamento do presidente para 2026 visava realinhar a agência com a “missão central de exploração espacial”.
Em outras agências científicas, incluindo a NOAA (Administração Nacional Oceânica e Atmosférica e a Fundação Nacional de Ciência), a administração também pediu ao Congresso para reduzir os gastos para o próximo ano.
Projetos de lei orçamentária em consideração no Congresso restaurariam o financiamento nas três agências a níveis próximos aos atuais.
Em julho, 64 membros democratas do Congresso escreveram uma carta a Sean Duffy, o administrador interino da Nasa, pedindo que a agência não implementasse nenhum corte orçamentário sem aprovação do Congresso.
Um satélite conhecido como OCO 2, um dos dois que a administração Trump quer desligar, poderia acabar sendo incinerado na atmosfera da Terra se fosse desativado. O outro dispositivo de monitoramento, conhecido como OCO 3, orbita a Terra fixado à Estação Espacial Internacional e provavelmente seria apenas desligado.
Fonte ==> Folha SP – TEC