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A advocacia ética e o fortalecimento da cidadania – 27/03/2025 – Opinião

Uma mulher sentada em uma mesa de escritório, usando um suéter preto e óculos. Ela tem cabelo castanho escuro e está sorrindo levemente. À sua frente, há uma folha de papel e uma caneta, além de um celular preto ao lado. Ao fundo, é possível ver uma parede com uma imagem de um edifício.

É sedutora a ideia de que a ausência de normas permitiria uma competição justa e igualitária entre todas e todos os profissionais de determinado mercado, bem como a prestação do melhor serviço possível aos contratantes. Trata-se, no entanto, de discurso falacioso, temperado com uma grande pitada de venda de ilusões. No caso específico da advocacia, o mercado é saturado, desigual, cada vez mais competitivo e em constante evolução.

Caso a advocacia não fosse a profissão mais organizada do país, possivelmente o sistema judicial brasileiro já teria colapsado. Entre os principais desafios estão a proliferação de cursos de direito sem condições mínimas de formar profissionais qualificados e o uso do poder econômico por profissionais muito interessados em captar clientela e pouco comprometidos com as responsabilidades que a advocacia impõe —entre elas, não atuar contra o próprio cliente nem falar em nome de quem não autorizou.

Além disso, todo advogado tem a obrigação de zelar pela eficiência da justiça, de contribuir para a celeridade processual e de respeitar as normas e leis que regem a atuação de todas as funções essenciais à Justiça.

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) ouve a classe e atua cotidianamente para superar esses e outros obstáculos. Para isso, usa campanhas de esclarecimento, propõe projetos de lei e apresenta ações nos órgãos e instâncias oficiais adequadas. O Exame de Ordem é um filtro mínimo para assegurar à sociedade que a profissão é exercida por quem tem a base necessária.

Quem passa pelo exame deve seguir o Código de Ética e Disciplina, que é constantemente revisado para se adaptar às mudanças tecnológicas e sociais. Ele é fundamental também para coibir práticas anticoncorrenciais e promover a inclusão no mercado de trabalho dos jovens advogados (aqueles com até cinco anos de formação) e dos grupos mais vulneráveis.

É inaceitável, por outro lado, o uso da condição de advogado para enganar os cidadãos com promessas que jamais serão cumpridas ou para vender aos jovens uma imagem ilusória da profissão. Esse é um debate sério, que não pode ser pautado pela terminologia jocosa.

O incentivo da OAB ao uso das novas tecnologias de comunicação pela advocacia está positivado, inclusive, no provimento 205/2021, que regula o marketing jurídico. A regra decepcionou, no entanto, quem esperava um ambiente caótico e favorável ao uso do poder econômico para a captação ilegal de clientela.

Tudo somado, a OAB observa estritamente aquilo que lhe é legado pela Carta e pela lei. É seu papel representar, defender, selecionar e cuidar da disciplina dos advogados em todo o território nacional. Além disso, a Ordem deve defender a Constituição, a ordem jurídica do Estado democrático de Direito, a boa aplicação das leis, a rápida administração da justiça e o aperfeiçoamento da cultura e das instituições jurídicas.

TENDÊNCIAS / DEBATES

Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.



Fonte ==> Folha SP

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