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As ações preferidas do ASA num mercado conturbado: “Não existe bolsa barata com juros a 15%”

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A carteira de ações do fundo Somente muito do ASA passou por mudanças recentes. A exposição a setores mais expostos a commodities e ligados ao PIB diminuiu. A participação de construtoras de baixa renda e ações de empresas de infraestrutura no portfólio, por outro lado, aumentou.

As tensões institucionais entre Brasil e Estados Unidos somadas a outras questões internas, como a agenda fiscal reverberando em desgastes entre executivo e legislativos, motivaram as recentes realocações.

Tudo feito sob a batuta de Marcelo Nantes de Souza, head de renda variável da gestora. Os cotistas são investidores institucionais brasileiros e, segundo Nantes, o fundo foi pouco impactado pela onda de resgates que assolou essa indústria nos últimos anos.

Ele, contudo, reconhece: ao contrário do que muitos vem dizendo, a bolsa não está tão descontada assim. “Não existe bolsa barata com juros a 15%”, disparou, em entrevista ao INSIGHT.

Ainda que as empresas estejam sendo negociadas a múltiplos abaixo das médias históricas, elas não seriam capazes de entregar crescimento aos investidores com a Selic em patamares elevados, diz Nantes.

“Como uma empresa vai entregar retorno ao acionista financiando crescimento com juros a 15%?”.

Para o gestor, o consumo também é afetado pela Selic nas alturas. “Em vez de comprar um carro, o cara põe na renda fixa, rendendo 15% livre de risco”.

Nesse sentido, as construtoras de baixa renda aparecem como uma opção de investimento, na visão do gestor, por trabalharem com juros subsidiados.

Direcional, Cury e Cyrela estão entre as preferências. Nantes diz que MRV não entra na lista por ter um balanço poluído pela operação nos Estados Unidos, a Resia.

Mesmo tendo reconhecido perdas, a companhia, segundo ele, perdeu vantagem competitiva ao decidir operar em um mercado já saturado de concorrentes.

Já a preferência por empresas de infraestrutura, como Rumo, Ecorodovias, Motiva e Hidrovias do Brasil, tem a ver com a expectativa de cortes na Selic. “Com os juros caindo, a dívida delas melhora”, diz o gestor.

Correndo por fora está Gerdau, destacada por Nantes por ter “metade dos lucros vindo dos Estados Unidos”. Segundo ele, o impacto de um tarifaço sobre a produção brasileira seria facilmente compensado pela produção americana. Ao contrário de Usiminas, mais exposta ao Brasil, que sofre com importação de aço da China.



Fonte ==> Exame

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