O voto do ministro Luiz Fux está causando incômodo entre os demais ministros da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF). Enquanto ele se manifesta, os colegas variam entre mexer no celular e ficar de cabeça baixa.
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Um dos ministros disse ao Valor que Fux está mais incisivo que os advogados dos réus. Outro, que o colega voltou a “inovar” ao falar em cerceamento de defesa e defender a nulidade do processo da trama golpista desde o recebimento da denúncia. Em “centenas” de processos, afirmou, Fux acompanhou o relator, Alexandre de Moraes, “inclusive nas penas” impostas aos acusados.
Fux pediu para não ser interrompido enquanto vota. Ou seja, ele não quer que os demais ministros façam comentários ou tirem dúvidas, como é comum durante os julgamentos. Para os colegas, a solicitação não é usual. Um deles disse que Fux não quer ser rebatido sobre eventuais divergências. Outro, que a solicitação é “coisa de quem está inseguro.
Fux deve divergir de Alexandre de Moraes e Flávio Dino, que votaram pela condenação de Jair Bolsonaro (PL) e mais sete aliados do ex-presidente por todos os crimes atribuídos pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
Na sessão de terça (9), durante um aparte de Flávio Dino no voto de Moraes, Fux afirmou que ficou combinado que ele não seria interrompido enquanto vota. “Senhor presidente, conforme nós combinamos naquela sala, aqui do lado, os ministros votariam direto, sem intervenções de outros colegas, muito embora foi muito própria essa intervenção do ministro Flávio Dino. Mas eu gostaria de cumprir aquilo que nós combinamos”, disse Fux.
Moraes, então, rebateu Fux: “Ministro Fux, mas esse aparte foi pedido a mim, não a vossa excelência.” Dino, o pivô da discussão, concluiu: “Tranquilizo o senhor de que não pedirei aparte à vossa excelência, pode dormir em paz”, direcionando-se ao ministro Fux.
Fonte ==> Exame
