Search
Close this search box.
Search
Close this search box.

Café nordestino: estados resgatam tradição e qualidade – 10/07/2025 – Café na Prensa

Xícara branca com listras azuis sobre pires também branco com listras azuis. Dentro da xícara há café preto, puro.

Quando se fala em cafeicultura, você pensa em quais estados? Minas Gerais? São Paulo? Espírito Santo? E no Nordeste? Pois é, apesar de ser pioneira no cultivo de café no Brasil, a região não vem logo à mente quando se pensa no assunto.

O Ceará foi um dos primeiros estados a cultivar café no Brasil, pouco após a introdução da rubiácea em solo nacional —a planta foi trazida ao Brasil da Guiana Francesa para o Pará.

O café, contudo, acabou se aclimatando melhor no Rio de Janeiro e, posteriormente, São Paulo e Minas Gerais —hoje o estado que mais produz.

Atualmente, o plantio nos estados nordestinos para além da Bahia é pequeno. Mas, com a crescente gourmetização do setor e uma busca por grãos com mais qualidade, há uma tentativa de resgate da cafeicultura da região.

Isso porque o Nordeste produz grãos com diferentes perfis sensoriais, ainda que em quantidade diminuta.

A área da Chapada Diamantina é a que está mais avançada nesse quesito. Recentemente, inclusive, a região conquistou o selo de indicação geográfica —ou seja, uma chancela conferida pelo INPI que atesta que o café lá produzido tem qualidades únicas.

Agora, outros estados mais ao norte tentam retomar —ou, em alguns casos, iniciar— a cultura cafeeira. No Ceará, por exemplo, a área elevada de Maciço de Baturité, uma das primeiras regiões produtoras do Brasil, cultiva grãos de alta qualidade.

O Rio Grande do Norte começou a despertar para o valor da sua cafeicultura recentemente. O café potiguar foi um dos destaques em um estande do Sebrae na última edição da SIC (Semana Internacional do Café), o maior evento do setor na América Latina, que ocorre anualmente em Belo Horizonte.

Elton Alves, que encabeça esse movimento dentro do Sebrae-RN, afirma que o café potiguar vai além da qualidade e traz histórias e tradições singulares.

Em solo paraibano, pesquisadores da Universidade Federal da Paraíba desenvolvem projetos para auxiliar produtores no cultivo do café de qualidade.

Em Pernambuco, bem próximo da divisa com a Paraíba, há um brejo de altitude no qual pequenos agricultores têm cultivado cafés premiados. O brejo de altitude é uma formação que consiste em uma ilha de floresta úmida em meio à caatinga.

Descendo um pouco mais, após a divisa com a Bahia, próximo de Juazeiro e Petrolina, há uma região montanhosa conhecida como serra dos Morgados. Após verem a viticultura prosperar na região, produtores começaram a investir no cultivo de café. Apesar de recente, já há colheitas com grãos de alta qualidade.

Apesar disso, é difícil encontrar a maior parte desses grãos em cafeterias do Sudeste. O volume produzido é pequeno, e boa parte dos produtores opta por comercializar na própria região.

Acompanhe o Café na Prensa também pelo Instagram





Fonte ==> Folha SP

Relacionados