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Chinesa LandSpace falha ao tentar repetir feito da SpaceX – 03/12/2025 – Ciência

Foguete decolando em plataforma no deserto, com grande nuvem de fumaça branca e poeira ao redor. Céu azul claro e terreno árido ao fundo.

O teste inaugural do foguete Zhuque-3, da LandSpace, terminou em fracasso nesta quarta-feira (3). O resultado frustra as esperanças da empresa chinesa de se tornar a terceira companhia, após a SpaceX, de Elon Musk, e a Blue Origin, de Jeff Bezos, a concluir um voo de uma espaçonave reutilizável.

O foguete não conseguiu completar um pouso controlado, segundo a agência de notícias estatal Xinhua. Ainda de acordo com o veículo, houve uma falha cuja causa ainda será investigada.

O episódio mostra a complexidade por trás do desenvolvimento de um foguete que possa ser recuperado e reutilizado após ser lançado em órbita. Em um comunicado, a LandSpace disse que usaria os dados coletados durante o voo para otimizar a recuperação de seu foguete.

O primeiro foguete orbital reutilizável desenvolvido pela China, se for lançado com sucesso no mercado, pode acelerar os planos de exploração espacial do país, permitindo um ritmo maior de missões e custos de lançamento mais baixos. Os chineses pretendem, por exemplo, implantar grandes constelações de satélites para rivalizar com o Starlink, da SpaceX.

Atrás da SpaceX

A SpaceX foi pioneira na reutilização comercial de foguetes com o Falcon 9, revolucionando a indústria de lançamentos.

O primeiro reutilizável do Falcon 9 permitiu que a SpaceX começasse a lançar seus satélites Starlink em 2019 muito mais rapidamente que seus concorrentes, tornando-se a maior operadora do mundo no ano seguinte e revolucionando a indústria global de comunicações por satélite.

Em outubro, Musk elogiou o design do Zhuque-3, afirmando no X que o foguete chinês poderia até superar o Falcon 9. A ideia, segundo a LandSpace, é que o Zhuque-3 possa ser reutilizado pelo menos 20 vezes e transportar uma carga útil de 18 toneladas.

A SpaceX fez seu primeiro pouso bem-sucedido do propulsor do Falcon 9 em 2015, após duas tentativas fracassadas. Desde então, grande parte da indústria global de foguetes vem tentando repetir o modelo de reutilização da empresa de Musk.

Apesar da falha, o voo inaugural do Zhuque-3 põe a LandSpace à frente de rivais domésticos como iSpace, Galactic Energy e Deep Blue Aerospace. A tentativa marca ainda a primeira vez que uma empresa chinesa chegou perto de um veículo reutilizável da classe do Falcon 9.

Complexidade

Foguetes reutilizáveis exigem manobras complexas de alta energia e, até agora, apenas a SpaceX as realizou de forma rotineira. Após a separação dos estágios, o propulsor precisa girar no espaço, acionar seus motores para desacelerar, sobreviver à descida e, então, reiniciar seus motores segundos antes de atingir a água ou uma plataforma de pouso.

Os disparos do motor devem ser cronometrados com precisão de milésimos de segundo pelo software de bordo, que está constantemente corrigindo a trajetória. Pequenos erros no ângulo do propulsor ou no tempo do motor podem fazer com que ele gire descontroladamente, erre o local de pouso ou queime durante a descida.

Até aqui, a SpaceX ainda é a única a ter comprovado completamente a tecnologia de foguetes reutilizáveis, realizando regularmente pousos e reutilizando seus propulsores Falcon 9.

A empresa de Musk também já demonstrou o pouso e a descida controlada com o propulsor do Starship, maior foguete construído na história. O veículo de 123 metros de altura, ainda em desenvolvimento, deve ser utilizado para levar humanos à Lua e, se depender de Musk, a Marte.

Em novembro deste ano, a Blue Origin mostrou que pode rivalizar com a SpaceX, ao recuperar o propulsor do foguete New Glenn, de 98 metros de altura. A empresa de Bezos já tinha domínio do pouso vertical com seu foguete suborbital New Shepard, mas o New Glenn trouxe um novo desafio por ser maior.

Na ocasião, o foguete da Blue Origin levou duas sondas ao espaço. A missão Escapade tem como objetivo estudar a história climática de Marte e preparar o terreno para uma possível exploração humana do planeta vermelho. Se tudo correr conforme o planejado, as duas sondas chegarão à órbita marciana em 2027.



Fonte ==> Folha SP – TEC

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