No rastro do sucesso do filme “Ainda Estou Aqui“, outra história da ditadura militar agora incendeia o circuito artístico. A Sotheby’s vai leiloar em Paris a coleção da jornalista e empresária Niomar Moniz Sodré Bittencourt, uma das vozes mais fortes da oposição ao regime, do alto do comando do jornal Correio da Manhã na década de 1960, e também uma figura central para a construção do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, obra-prima do arquiteto Affonso Eduardo Reidy.
Depois de presa pelos militares, ela se exilou em Paris, onde construiu o acervo de 70 trabalhos que agora será vendido. O conjunto tem peças dos maiores nomes do modernismo e das vanguardas que marcaram o século 20, entre eles Alberto Giacometti, Jean Dubuffet, Marcel Duchamp, Pablo Picasso e Piero Manzoni.
Seu círculo de amizades no plano global, em especial em Nova York e na capital francesa, por onde circulava com Nelson Rockefeller, Peggy Guggenheim e Maria Martins, a fez conhecer os grandes artistas da época. Especialistas da Sotheby’s têm altas expectativas para o leilão no mês que vem. “Femme Debout”, de Giacometti, pode ter lances de até R$ 22 milhões. Uma pintura de Picasso, “Femme Nue à la Guitare”, deve sair por R$ 11 milhões, e “Instance”, de Jean Dubuffet, pode atingir a marca de R$ 2 milhões.
Fonte ==> Folha SP