Neste ano, a COP30 chegará à Amazônia, onde líderes globais se reunirão no coração do ecossistema global. A floresta amazônica servirá de lembrete do que está em jogo, à medida que a comunidade internacional busca progresso nas metas climáticas.
A Amazônia é símbolo vital do ecossistema global e enfrenta ameaças como inundações, incêndios florestais e perda de biodiversidade.
Práticas como desmatamento e agricultura intensiva destruíram mais de 88 milhões de hectares de floresta, tornando-a mais vulnerável do que nunca. A resposta a essa degradação tem sido insuficiente, mas a comunidade internacional está começando a perceber a verdadeira extensão da crise.
O Fundo Amazônia recebeu contribuições de países como Noruega, Alemanha, Estados Unidos, Reino Unido e Japão, enquanto ONGs arrecadaram mais de 500 milhões para a conservação da floresta tropical.
Esses esforços são bem-vindos, mas muito mais precisa ser feito para reverter a tendência preocupante em toda a floresta tropical.
É crucial dar atenção aos povos indígenas, responsáveis pela manutenção desse ecossistema único. Terras indígenas apresentam taxas de desmatamento menores em comparação com áreas vizinhas, preservando mais de 12,9 bilhões de toneladas de carbono.
Como guardiões da floresta, esses povos ocupam 23% do território da Amazônia, atuando como defensores da linha de frente contra o desmatamento e a destruição ambiental.
Apesar de seu papel central na preservação, eles enfrentam ameaças climáticas e danos irreparáveis às suas terras. Para agravar, essas comunidades lidam com problemas de saúde sem apoio adequado.
Há décadas, os Expedicionários da Saúde (EDS) garantem a elas cuidados médicos. Aqui na EDS, acreditamos que atendimento médico de qualidade é direito fundamental.
Até hoje, realizamos 54 expedições, cobrindo mais de 500 mil quilômetros quadrados, com quase 10 mil cirurgias, 71 mil consultas e 128 mil procedimentos médicos realizados.
Nosso Modelo de Hospital Móvel, equipado com cinco salas cirúrgicas e clínicas, opera sob padrões elevados. Sua criação transformou vidas, mas custos limitam o alcance.
À medida que a EDS busca ampliar seus serviços e capacitar mais comunidades indígenas, investimento e contribuições financeiras serão fundamentais para nosso sucesso. Além disso, é essencial que a comunidade global reconheça a importância dos povos indígenas na preservação da Amazônia e apoie suas causas.
Mas essa realidade não é novidade. Em 2023, a EDS recebeu o prestigioso Prêmio Zayed de Sustentabilidade, que reconhece soluções inovadoras que abordam desafios globais de saúde e meio ambiente.
O reconhecimento permitiu que expandíssemos nossas operações, treinássemos mais voluntários e melhorássemos a infraestrutura médica.
Além disso, o financiamento do prêmio nos capacitou a aumentar o número de missões, consultas e cirurgias, garantindo que mais pacientes indígenas recebam os cuidados urgentes de que necessitam.
Esse apoio internacional à EDS deve servir de exemplo para a comunidade global. Quando chefes de Estado e os principais formuladores de políticas se reunirem no Brasil para a COP30, eles devem se lembrar de quem são os verdadeiros administradores da Amazônia e intensificar seu compromisso com saúde, segurança e bem-estar das comunidades indígenas.
É crucial que esses líderes reconheçam a importância de proteger a Amazônia para o futuro do planeta.
Fonte ==> Folha SP