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Custo de crédito atinge maior nível desde janeiro de 2013, diz BC | Finanças

O chefe do Departamento de Estatísticas do BC, Fernando Rocha — Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

O custo de crédito vem subindo ao longo deste ano e chegou ao maior nível desde o início da série histórica, em janeiro de 2013. O Banco Central (BC) divulgou nesta segunda-feira que o Índice de Custo de Crédito (ICC) chegou a 23,4% ao ano em agosto. Em dezembro do ano passado, estava em 21,5% ao ano. O ICC é uma medida abrangente calculada pelo BC sobre o custo médio do crédito do Sistema Financeiro Nacional para famílias e empresas. O cálculo considera todas as operações em aberto no sistema, diferentemente da taxa média de juros, que é calculada a partir das operações de cada mês.

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UM taxa média de juros também vem subindoacompanhando o ciclo de alta da taxa básica conduzido pelo Comitê de Política Monetária (Copom). Em agosto, chegou a 31,8% ao ano, uma alta de 3,3 pontos percentuais apenas neste ano. O ciclo de elevação de juros começou em setembro de 2024, quando a Selic, a taxa básica, estava em 10,50% ao ano, e foi interrompido em junho, em 15% ao ano. O colegiado indicou que o novo estágio do ciclo é de manter a taxa inalterada e continuar avaliando se o nível corrente, mantido por “período bastante prolongado”, será suficiente para levar a inflação para a meta de 3%.

O chefe do Departamento de Estatísticas do BC, Fernando Rocha, explicou que o indicador flutua de forma “mais suave” do que a taxa média de juros justamente por considerar operações mais antigas que estão ainda ativas e não apenas as feitas em um mês específico. “O que a gente pode ver nessas operações é que ela acompanha os ciclos de política monetária, os ciclos do crédito”, disse Rocha.

A elevação do ICC neste ano foi registrada tanto para pessoas físicas, de 25,1% ao ano para 27,2%quanto para pessoas jurídicas, de 16% para 17,3% ao ano.

Os dados do BC também mostraram uma continuidade da alta da inadimplência do sistema, que chegou a 3,9% em agosto, contra 3,8% em julho e 3% em dezembro de 2024. Nesse patamar, a taxa chegou ao maior nível desde maio de 2017. No entanto, o indicador é afetado pelas mudanças contábeis que entraram em vigor no início deste ano.

As novas regras seguem o conceito de provisão por perdas esperadas e, com isso, operações que antes seriam baixadas a prejuízo em um período menor, continuaram na carteira de crédito, o que elevou o percentual de inadimplência. Estudo do BC mostrou que cerca de 70% do aumento da inadimplência no primeiro semestre está associado a essa mudança.

Rocha apontou que o crescimento da inadimplência também pode ser visto na segmentação para pessoas físicas e para pessoas jurídicas. O chefe do departamento de estatísticas apontou que houve uma tendência de crescimento da inadimplência nos últimos meses, “mas uma tendência bastante gradual”.

O chefe do Departamento de Estatísticas do BC, Fernando Rocha — Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado



Fonte ==> Exame

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