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Dinossauros distintos: Nanotyrannus coexistiu com T. rex – 05/12/2025 – Ciência

Dinossauros distintos: Nanotyrannus coexistiu com T. rex - 05/12/2025 - Ciência

Mais um estudo voltou a separar o Nanotyrannus e o Tyrannosaurus rex, afastando a ideia de que o primeiro fosse uma versão juvenil do segundo.

A nova pesquisa, publicada nesta quinta-feira (4) na revista Science, baseou-se na análise de um osso de garganta encontrado junto com um crânio em 1942 no estado americano de Montana. Esse foi o primeiro fóssil descoberto, de que se tem registro, de um Nanotyrannus.

O osso em questão chama-se hioide. Os autores do novo estudo disseram ter identificado sinais de crescimento desse osso, o que sugere que o espécime teria de 15 a 18 anos de idade. Isso, por sua vez, indica que a criatura estava praticamente desenvolvida.

O fóssil de 1942, armazenado no Museu de História Natural de Cleveland, nos Estados Unidos, é considerado a referência oficial para a descrição do Nanotyrannus.

Christopher Griffin, paleontólogo da Universidade de Princeton (EUA), disse que a nova análise mostra que o Nanotyrannus é uma espécie distinta de dinossauro carnívoro e que viveu ao lado do T. rex. Ele é o autor principal da pesquisa.

Paleontólogos investigam o fóssil em questão desde sua descoberta, para tentar determinar à qual espécie pertencia. Em 1988, ele ganhou seu próprio nome, intensificando o debate.

O novo estudo segue-se a outro publicado recentemente. Um artigo que saiu em 30 de outubro na revista Nature também defendeu a existência do Nanotyrannus como uma espécie à parte. Os autores desse trabalho examinaram os fósseis de 1942 e outros de 2001 e 2006 também desenterrados em Montana.

“O fato de esses dois estudos serem publicados tão próximos um do outro parece um golpe duplo para o Nanotyrannus“, afirmou a paleontóloga Caitlin Colleary, do Museu de História Natural de Cleveland, coautora da pesquisa desta quinta-feira.

Os estudos mostram que os dois grandes predadores vagavam pelo oeste da América do Norte. O Tyrannosaurus é o maior dinossauro carnívoro conhecido. Menor, o Nanotyrannus tinha aproximadamente um décimo da massa do T. rex e era um caçador ágil e feroz.

Talvez o maior espécime de Tyrannosaurus seja aquele apelidado de Sue no Museu Field em Chicago, com 12,3 metros de comprimento. O Nanotyrannus atingia em torno de cinco metros de comprimento.

“Provavelmente, ele pesava cerca de 700 quilos, aproximadamente do tamanho de um urso polar”, disse Griffin.

Nanotyrannus e Tyrannosaurus tinham diferenças além do tamanho.

A estrutura do primeiro contribuía para velocidade e agilidade, com pernas longas, um focinho comprido com dentes em forma de lâmina e braços fortes para manipular presas. A do segundo favorecia a força, com pernas robustas, uma cabeça enorme com um focinho relativamente mais curto, dentes grossos em forma de banana e braços minúsculos.

O estudo publicado em outubro mostrou que o Nanotyrannus possuía mais dentes, uma crista na frente dos olhos, um seio aéreo em um certo osso na parte de trás do crânio e a presença de um terceiro dedo, um a mais que o Tyrannosaurus.

O novo estudo foi o primeiro a usar o hioide para examinar o crescimento dos dinossauros. “O hioide é um ossinho interessante porque é o único no corpo de um vertebrado que não está articulado [conectado] a outro. Ele fica na garganta e sustenta a língua, e está ligado aos músculos para engolir e respirar”, disse Colleary. Nos humanos, o osso hioide tem formato de ferradura. No Nanotyrannus, era tubular.

As recentes análises separando as duas espécies também levam a uma reavaliação do ecossistema que dividiram.

“Foi sugerido que o T. rex juvenil preenchia o papel de predadores de pequeno a médio porte, que eram mais comuns no início da Era dos Dinossauros. No entanto, nossas descobertas sugerem que o Tyrannosaurus juvenil tinha que competir com animais completamente desenvolvidos como o Nanotyrannus“, afirmou Zachary Morris, paleontólogo do Museu de História Natural do Condado de Los Angeles e coautor do estudo desta quinta-feira.

“Novos estudos podem nos ajudar a entender melhor como esses animais compartilhavam esse ecossistema”, acrescentou o pesquisador. “Para animais menores, havia múltiplos predadores aterrorizantes para evitar ao mesmo tempo, ou seja, era uma época desafiadora para se manter vivo.”



Fonte ==> Folha SP – TEC

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