Não é surpresa para ninguém que circula pelos vernissages da cidade, mas agora é oficial. A galeria Almeida & Dale vai anunciar neste mês que, enfim, comprou a Millan, casa que já foi uma das mais influentes e poderosas da cena paulistana, lar de nomes importantes, como Amilcar de Castro, Jaider Esbell, Joseca Mokahesi Yanomami, Lais Myrrha, Maxwell Alexandre, Miguel Rio Branco, Paulo Pasta, Tatiana Blass, Tunga, Vivian Caccuri, entre muitos outros.
É um passo decisivo —e diferente— para uma galeria que aos poucos vem se tornando uma das mais fortes do país. Enquanto seus executivos vêm bancando outras grifes, como a Flexa, no Rio de Janeiro, a Cerrado, em Brasília e Goiânia, e a Marco Zero, no Recife, ampliando o mercado de colecionadores Brasil afora, desta vez o nome permanece igual. Desaparece a Millan, marca inscrita na história do mercado brasileiro, e surge outra Almeida & Dale no lugar.
Os sócios originais, André Millan e Socorro de Andrade Lima, permanecem na jogada como diretor artístico e diretora comercial, mas o comando efetivo passa para Hena Lee e João Marcelo de Andrade Lima, filho de Socorro, além de Antônio Almeida e Carlos Dale, é claro.
Essa fusão, que vem sendo discutida ao longo dos últimos anos, tem causado apreensão entre os artistas da velha Millan, além de ter assustado novos integrantes do elenco da casa, que entraram para um grupo que agora se transforma. O poderio econômico da nova casa, pós-fusão, é inegável, mas nem todos se sentem à vontade com a troca de comando, de uma casa mais autoral para um meganegócio. A ver.
Fonte ==> Folha SP