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Irã fala em guerra e faz ataque maciço com mísseis contra Israel

Irã fala em guerra e faz ataque maciço com mísseis contra Israel

O Irã lançou um contra-ataque com cerca de cem mísseis balísticos contra Israel na noite desta sexta (13) em retaliação pela operação do Estado judeu para destruir seu programa nuclear, incapacitar suas Forças Armadas e matar a liderança militar do país.

“Israel começou uma guerra”, disse o líder supremo da teocracia, aiatolá Ali Khamenei. Houve explosões em Tel Aviv, Jerusalém e outros locais, como ao norte do país, após o alerta geral decretado às 21h11min (15h11min em Brasília). Pouco mais de uma hora depois, as sirenes silenciaram.

Mais cedo, os iranianos haviam disparado uma salva de cem dronesque não atingiram Israel, sendo derrubados antes de chegar ao país. Foi uma espécie de aperitivo do ataque da noite, restando saber seu real escopo.

À primeira vista, foi um ataque menor do que o realizado em 1º de outubro, quando Teerã alvejou diretamente o Estado judeu pela segunda vez em 46 anos de rivalidade. Ali, foram 200 mísseis balísticos. Desta vez, contudo, o Irã alvejou centros urbanos, como Tel Aviv, e não só bases militares. Ao menos 40 pessoas ficaram feridas, uma conta de baixas leve se comparada com ação que deu origem ao contra-ataque, iniciada na madrugada desta sexta, quando morreram ao menos 78 pessoas em Teerã apenas.

A operação, que matou parte da cúpula militar iraniana e atingiu o programa nuclear do paísseguiu durante o dia e a noite. Seu objetivo declarado é impedir o Irã de obter a bomba atômica, arma da qual Israel tem 90 ogivas, depois do novo impasse entre negociações de Washington e Teerã para trocar a renúncia nuclear ao fim de sanções.

Israel manteve seus ataques, focando justamente em degradar a força de mísseis balísticos terra-terra e expandindo a ação contra as instalações nucleares. O problema é que analistas estimam em 2.000 o número de armas do tipo do Irã, que não seriam anuladas em apenas um dia de bombardeio.

Ainda assim, os iranianos afirmam ter mirado “dezenas de alvos”incluindo instalações militares e bases aéreas. Inicialmente, falaram em “centenas de mísseis”, num aparente exagero. Havia a preocupação, evidente, de o regime mostrar força após ser duramente atacado.

O Irã vive um de seus momentos de maior fraqueza como república islâmicadevido à degradação da sua primeira linha de defesa por meio de prepostos, decorrente do ataque terrorista de um deles, o grupo terrorista palestino Hamas, a Israel em 7 de outubro de 2023.

Isso veio a se somar à crise econômica, ao fastio social com a repressão. Netanyahu buscou explorar isso em uma fala na TV. “Estamos no meio de uma das maiores operações militares da história”, afirmou, dizendo ter destruído “grande parte do seu arsenal de mísseis balísticos, capacidades de enriquecimento de urânio e os comandantes militares” da teocracia.

Como já fizera no passado, o premiê instou a população iraniana a derrubar o regime teocrático, algo retórico. Diferentemente do que ocorre no estágio atual de sua guerra com o Hamas, que obliterou a Faixa de Gaza, ele recebeu apoio até de líderes críticos como Emmanuel Macron, o presidente francês.

Já os Estados Unidos mantiveram a posição de apoiar Israelnegando ter participado do serviço em seu nome, dado o fracasso em reviver um acordo nuclear -o anterior, de 2015, havia sido abandonado por Donald Trump em 2018.



Fonte ==> Folha SP

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