O reflexo nos preços dos ativos foi quase inexistente. No geral, há uma avaliação no mercado de que a proposta não deve ir em frente. “É uma ameaça sem muita substância”, resumiu um estrategista. “É uma chantagem do Centrão”, diz outro.
Entre os argumentos que têm circulado no mercado e que sustentam a visão de que o projeto não deve prosperar estão o fato de o Senado não topar dividir o poder com a Câmara e o contexto do Congresso Nacional, em especial na Câmara. Ao citar um consultor político, um participante do mercado nota que há um ambiente em que balões de ensaio acabam subindo e descendo muito rápido e que o caso desta proposta pode ser esse, dado o contexto de alguma pressão sobre o BC para a aprovação da venda de parte do Banco Master para o Banco de Brasília (BRB).
“É uma ameaça velada, em uma tentativa de interferir no processo decisório do BC, o que é muito ruim. Acho que a chance de aprovação é baixa, mas, caso ande, deveria exigir mais prêmio de risco. A natureza da questão é a supervisão, e não a política monetária, mas torna o cargo dos diretores mais frágil. Pode ficar mais difícil para o BC atrair bons nomes à frente. Neste sentido, a curva poderia dar uma ‘inclinada’ (juros longos subirem mais que os curtos), mas só se ficar claro que o projeto pode ser aprovado.”
Outro importante gestor concorda com a avaliação e complementa: o assunto, por si só, mostra que o Brasil está uma bagunça e a qualidade das ações das instituições é muito ruim. É um período de deterioração da discussão no Congresso.
Fonte ==> Exame