A Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês) revelou nesta segunda-feira (16) a imagem de um eclipse solar total artificial que destaca a coroa solar, parte mais exterior da atmosfera do Sol. Essa é a primeira imagem publicada da missão Proba-3, lançada em dezembro de 2024.
A missão tem como objetivo demonstrar tecnologias para formação de satélites durante voos. Nela, duas espaçonaves, Coronagraph e Occulter, voaram com uma distância de 150 metros em “perfeita formação” por horas, diz a ESA.
O grande disco do Occulter cobriu o disco brilhante do Sol para o Coronagraph, o que possibilitou a imagem do eclipse. A coroa solar pode ser melhor observada durante um eclipse solar total. A formação das espaçonaves ocorreu de forma autônoma, com a supervisão de equipes na Terra, segundo a agência.
As observações podem ajudar a compreender o vento solar, que traz um fluxo contínuo de matéria do Sol para o espaço, bem como as ejeções de massa coronal, explosões de partículas solares. Em períodos mais intensos, as explosões podem trazer riscos à tecnologia moderna e provocar disrupções nos sistemas de comunicação e de GPS, por exemplo.
A forma de fotografar o eclipse artificial é comparável à do eclipse natural. Mas no caso do registro feito pela Proba-3 os cientistas tinham a possibilidade de registrar o fenômeno com uma frequência maior, já que o equipamento estava em uma órbita de 19,6 horas.
Além disso, um eclipse natural dura apenas alguns minutos, enquanto o equipamento da missão consegue manter o fenômeno por até seis horas. As imagens foram processadas pelo Centro de Operações de Ciência, localizado na instituição de pesquisa Observatório Real da Bélgica.
Os dados preliminares captados pela missão também vão auxiliar modelos computacionais a desenvolver simulações da coroa solar e criar “eclipses digitais”.
Fonte ==> Folha SP – TEC