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Musk diz que SpaceX desativaria Dragon, mas volta atrás – 05/06/2025 – Ciência

A imagem mostra uma nave espacial branca flutuando no espaço, com um fundo preto. A nave tem uma forma arredondada e apresenta uma abertura na parte frontal, possivelmente uma porta ou escotilha. O logotipo da NASA está visível no canto superior direito.

O fundador da SpaceX, Elon Musk, afirmou nesta quinta-feira (5) que desativaria a nave Dragon, utilizada pelos Estados Unidos para transportar carga e pessoas para a Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês). Porém, mais tarde, o bilionário voltou atrás, segundo a agência Reuters.

O vai e vem sobre a nave é um desdobramento do desentendimento de Musk com o presidente Donald Trump, que ameaçou cortar contratos do governo com as empresas do bilionário.

“À luz da declaração do presidente sobre o cancelamento dos meus contratos com o Estado, a SpaceX começará a desativar sua nave espacial, Dragon, imediatamente”, escreveu Musk na rede social X, também de sua propriedade.

Hoje, a Dragon é a única nave espacial americana capaz de enviar astronautas para a estação espacial e trazê-los de volta. Com isso, desativá-la provavelmente afetaria o programa da ISS, que envolve dezenas de países sob um acordo internacional de duas décadas.

Procurada, a Nasa não se manifestou.

Ao todo, a disputa entre Musk e Trump põe em risco o destino de cerca de US$ 22 bilhões em contratos do governo americano com a SpaceX.

A Nasa depende da Dragon desde 2020, sob um contrato com a SpaceX no valor de US$ 5 bilhões, um dos muitos que tornam a empresa de Musk um elemento-chave do programa espacial americano.

Só da Nasa a SpaceX ganhou contratos que somam US$ 15 bilhões. A agência coloca muitas de suas cargas científicas e espaçonaves no foguete Falcon 9 e ajuda a financiar o desenvolvimento do megafoguete Starship, cujo plano atual é que seja utilizado para levar astronautas à superfície da Lua em 2027.

No Pentágono, os foguetes da SpaceX são cruciais para lançar satélites de segurança nacional ao espaço. Além disso, a unidade de satélites militares da empresa de Musk está construindo uma enorme constelação de espionagem em órbita para a inteligência americana.

Há anos, Musk fala em aposentar a nave para tornar Starship a principal nave espacial tripulada da empresa. Em 2022, a empresa chegou a interromper a produção da Dragon, limitando a sua frota a quatro unidades. Mas a Nasa a estimulou que construísse mais naves.

A agência espacial recorreu à cápsula recentemente para trazer à Terra os astronautas Barry Eugene Wilmore, 62, e Sunita Williams, 59. Eles viajaram em junho do ano passado à ISS numa cápsula Starliner, desenvolvida pela Boeing.

No entanto, a Starliner apresentou problemas e a Nasa decidiu que ela voltaria vazia, o que aconteceu em setembro, e que Wilmore e Williams retornariam mais tarde a bordo da cápsula Dragon, da SpaceX.

Em janeiro deste ano, em um post no X, Musk disse que Trump pediu à SpaceX para trazer para casa “o mais rápido possível” a dupla de astronautas.

A cápsula Dragon na qual estavam Wilmore, Williams e mais dois astronautas pousou em 18 de março deste ano no golfo do México, encerrando uma missão de 286 dias.

Após a declaração de Musk, Steve Bannon, ex-estrategista-chefe da Casa Branca e conselheiro sênior do presidente, afirmou em uma entrevista que, se o empresário continuasse ameaçando fechar o programa, Trump deveria assinar uma ordem executiva dentro da Lei de Produção de Defesa e apreender a SpaceX.

Promulgada em 1950, a lei concede ao presidente amplos poderes para garantir a defesa nacional, agilizando e expandindo o fornecimento doméstico de materiais e serviços. É uma ferramenta para responder a emergências nacionais, incluindo conflitos militares, desastres naturais e outras ameaças significativas.



Fonte ==> Folha SP – TEC

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