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Nobel de Química viveu em casa sem luz e água encanada – 08/10/2025 – Ciência

Homem de óculos e blazer marrom segura estrutura molecular colorida em mesa de laboratório. Estantes com livros e objetos científicos ao fundo.

Nascido no seio de uma família de refugiados palestinos com pouca formação acadêmica, o ganhador do Prêmio Nobel de Química de 2025, Omar M. Yaghi, 60, celebrou nesta quarta-feira (8) o poder da ciência para reduzir desigualdades.

O químico nascido na capital da Jordânia, Amã, em 1965, foi laureado ao lado do japonês Susumu Kitagawa, 74, e do britânico Richard Robson, 88, pelo desenvolvimento das estruturas metalorgânicas, que têm muitas aplicações práticas, como por exemplo para recuperar água do ar, capturar dióxido de carbono ou armazenar gases tóxicos.

Ao falar sobre sua vida em uma entrevista à Fundação Nobel, Yaghi afirmou que cresceu em uma casa muito modesta. “Éramos dez em um pequeno cômodo que compartilhávamos com o gado que criávamos”.

Seu lar não tinha eletricidade nem água encanada e sua mãe não sabia ler nem escrever. Aos 15 anos, partiu para os Estados Unidos, seguindo o conselho de seu exigente pai.

Ele conta que tinha apenas dez anos quando descobriu a química, ao escolher por acaso um livro na biblioteca de sua escola. Ao abri-lo, interessou-se por algumas imagens incompreensíveis e ao mesmo tempo fascinantes: as estruturas moleculares.

“É uma jornada extraordinária e a ciência te permite alcançá-la. A ciência é a maior força niveladora do mundo”, afirmou o laureado.

“Pessoas inteligentes, talentosas e competentes existem em todos os lugares. Devemos realmente focar em extrair seu potencial oferecendo-lhes oportunidades”, acrescentou ele.”

“Comecei minha carreira independente na Universidade Estadual do Arizona e meu sonho era publicar pelo menos um artigo que fosse citado cem vezes. Hoje, meus estudantes dizem que nosso grupo acumulou mais de 250 mil citações.”

Foi nessa universidade que ele começou seus estudos e seu grupo de pesquisas conseguiu extrair água do ar desértico do Arizona. Atualmente, Yaghi trabalha na Universidade da Califórnia, em Berkeley.

“A beleza da química reside no fato de que, se você aprende a controlar a matéria em nível atômico e molecular, o potencial é enorme, encontramos uma mina de ouro dessa forma, e o campo se desenvolveu.”



Fonte ==> Folha SP – TEC

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