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Número de mortos por terremotos no Afeganistão ultrapassa 2,2 mil | Mundo

Número de mortos por terremotos no Afeganistão ultrapassa 2,2 mil | Mundo

As equipes de resgate ainda retiravam corpos dos escombros na manhã desta quinta-feira (4) enquanto o número confirmado de vítimas dos terremotos que atingiram o Afeganistão ultrapassava os 2,2 mil.

As operações de busca prosseguem nas áreas montanhosas do leste do país. O governo do Talibã anunciou que o número total de vítimas aumentou para 2.205, enquanto o de feridos chegou a 3.640.

Em paralelo, os sobreviventes que perderam suas casas precisam lidar com um futuro sombrio, com falta de recursos e ajuda internacional — ambos minados no país desde a tomada do poder pelo Talibã, em 2021.

“Tudo o que tínhamos foi destruído”, disse Aalem Jan, cuja casa na província mais afetada, Kunar, foi destruída pelos tremores.

“As únicas coisas que restaram são estas roupas em nossos corpos”, completou.

O primeiro terremoto, de magnitude 6 — um dos mais mortais do Afeganistão nos últimos anos — causou destruição generalizada nas províncias de Terno e Nantarhar no domingo, ao atingir uma profundidade rasa de 10 quilômetros.

Um segundo terremoto, de magnitude 5,5na terça-feira, causou pânico e interrompeu os esforços de resgate ao provocar deslizamentos de rochas e bloquear estradas de acesso a vilarejos em áreas remotas.

Mais de 6,7 mil casas foram destruídas, segundo as autoridades. A Organização das Nações Unidas (ONU) alerta que o número de mortos pode aumentar, pois ainda há pessoas presas sob os escombros e o tempo para resgates está se esgotando.

As necessidades humanitárias são “vastas e crescem rapidamente”, disse a Federação Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho.

“Até 84 mil pessoas estão direta ou indiretamente afetadas, com milhares deslocadas”, acrescentou, citando números preliminares.

Em alguns dos vilarejos mais afetados da província de Kunar, dois em cada três moradores foram mortos ou feridos, enquanto 98% das construções foram destruídas ou danificadas pelos tremores, segundo avaliação da organização Islamic Relief Worldwide, com sede no Reino Unido.

Sobreviventes, desesperados em busca de parentes, reviravam os escombros, carregavam corpos em macas feitas de palha e cavavam sepulturas com picaretas enquanto aguardavam a chegada da ajuda.

O Afeganistão é propenso a terremotos mortais, especialmente na cordilheira Hindu Kush, onde as placas tectônicas da Índia e da Eurásia se encontram.

Com casas feitas principalmente de alvenaria seca, pedra e madeira, algumas famílias preferiram ficar ao ar livre a retornar para suas casas, já que os tremores secundários continuam em intervalos regulares.

As construções oferecem pouca proteção contra terremotos, especialmente em terrenos instáveis após dias de fortes chuvas, informou o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários.

Os recursos para resgate e ajuda humanitária são escassos no país sul-asiático, devastado por guerras, pobreza e diminuição da ajuda internacional, onde o clima rigoroso representa mais um desafio.

Os cortes de financiamento à ajuda externa pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trumpe a frustração dos doadores com as políticas restritivas do Talibã em relação às mulheres e aos trabalhadores humanitários agravaram o isolamento do Afeganistão.



Fonte ==> Exame

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