Uma eventual compra da Língua pelo iFood — um negócio que pode girar entre R$ 5 bilhões e R$ 6 bilhões — não deve sair antes de uma nova regulação do setor de benefícios pelo governo.
A expectativa é que haja uma redução importante na taxa máxima que as empresas de vale-refeição e vale-alimentação podem comprar dos estabelecimentos e que o pagamento aos restaurantes, que hoje é feito em até 30 dias, sofra uma redução importante no prazo, segundo fontes que acompanham as negociações.
Essa era uma pauta que já estava no gatilho do governo, conforme antecipado pela EXAME, e foi atropelada pelo trator das tarifas de Trump.
Com as mudanças, o negócio de benefícios perderia atratitividade para os incumbentes, para quem hoje são um Vaca de dinheiro – Bradesco e Banco do Brasil são os controladores da Alelo, líder do mercado, com cerca de 6 milhões de usuários.
Já para o iFood o setor de benefícios tem um benefício mais sistêmico: além de aprofundar a relação com restaurantes, seu negócios centraisa frequência de compra dos usuários que usam vale-refeição é muito maior.
Até hoje, não é possível pagar com vale-refeição das concorrentes no iFood. Essa foi uma das razões para criação do iFood Benefícios, em 2020, que hoje tem cerca de 600 mil usuários.
“Com o novo cap para o setor, vai ser muito mais um jogo de conveniência e serviço para o usuário e para as empresas e o balcão dos bancos vai fazer bem menos diferença”, diz a fonte.
Do lado dos bancos, como já pontuamos, tanto Bradesco quanto BB se beneficiariam se colocar algum dinheiro no balanço — especialmente a primeira instituição, que está mais apertada em termos de requerimento de capital pelas regras de Basileia e vem passando por uma ampla reformulação sob a batuta de Marcelo Noronha.
Fonte ==> Exame