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Plano de Isaacman para Nasa cita possível papel da SpaceX – 06/11/2025 – Ciência

Plano de Isaacman para Nasa cita possível papel da SpaceX - 06/11/2025 - Ciência

Indicado por Donald Trump para comandar a Nasa, Jared Isaacman propôs lançar uma missão não tripulada a Marte já no próximo ano, ecoando a visão da administração federal. Ele citou a SpaceX, de Elon Musk, como uma empresa que poderia realizar a tarefa, de acordo com um plano analisado pela Bloomberg News.

A SpaceX foi mencionada em um plano que Isaacman e sua equipe elaboraram no início deste ano, quando o bilionário estava sendo considerado pela primeira vez para dirigir a agência espacial americana. Isaacman também detalhou como empresas, entre as quais a Blue Origin, de Jeff Bezos, a Rocket Lab e a Axiom Space, poderiam trabalhar com a Nasa.

Embora Isaacman tenha declarado que partes do plano, batizado de Projeto Athena, estão desatualizadas, o documento de 62 páginas chamou atenção enquanto Trump reconsiderava Isaacman para chefiar a Nasa. Na última terça-feira (4), o republicano anunciou o bilionário como o indicado para dirigir a agência, encerrando um processo turbulento para nomear um novo líder da Nasa.

Isaacman é um grande apoiador da indústria espacial comercial. Ele financiou e participou de missões privadas com a SpaceX, uma relação que foi questionada durante uma audiência no Senado em abril deste ano. A visão de Musk ao fundar a SpaceX era iniciar uma civilização em Marte, e a empresa está desenvolvendo o foguete Starship para realizar esse sonho.

Procuradas, a Nasa e a Casa Branca não responderam à reportagem. Um representante de Isaacman também não se manifestou.

Isaacman confirmou o plano preliminar em uma publicação no X no dia 4 de novembro, mas disse que “sempre foi pensado como um documento vivo a ser refinado por meio da coleta de dados após a confirmação”.

O Projeto Athena fornece pistas de como o bilionário administraria a agência, que corre para ir à Lua antes da China.

Em uma seção chamada “Áreas de foco de fornecedores”, o plano lista várias empresas aeroespaciais que trabalharam com a Nasa e como elas podem potencialmente contribuir para as diretrizes políticas da agência. Ao lado da SpaceX, o documento cita o potencial para um “contrato de Base de descoberta de Marte”, relacionado a um novo programa marciano chamado Projeto Olympus, que testaria tecnologias para pousar humanos em Marte.

O plano cita a exploração da possibilidade de colocar a cápsula de tripulação Orion no foguete New Glenn da Blue Origin, por exemplo.

O plano ecoa muitas das ideias delineadas na solicitação orçamentária inicial de Trump, incluindo iniciar um programa para Marte, bem como eliminar gradualmente a arquitetura atual para ir à Lua —o foguete Space Launch System (SLS), da Boeing, e a cápsula Orion, da Lockheed Martin— e substituí-la por um sistema comercial. Também se alinha com os planos do presidente para reduzir o tamanho da agência, confiando mais fortemente no setor comercial e priorizando voos espaciais tripulados.

O Congresso reagiu a muitas das solicitações da administração, alocando bilhões de dólares a mais para a agência espacial do que Trump propôs, criando potenciais conflitos entre a visão de Isaacman e a dos legisladores.

No plano, Isaacman aborda a redireção de recursos da Nasa para se concentrar em um programa de propulsão elétrica nuclear, com o objetivo de desenvolver rapidamente a tecnologia e lançar veículos movidos a energia nuclear nos próximos anos.

Essas capacidades também poderiam ser usadas para alimentar aspectos da Cúpula Dourada de Trump e outras necessidades do Departamento de Defesa, afirma o plano.

O plano de Isaacman também lista centros da Nasa e formas pelas quais eles poderiam se tornar mais eficientes. Ele pede o incentivo à comercialização de instalações de lançamento e o estabelecimento de infraestrutura nuclear pré-lançamento no Centro Espacial Kennedy, em Cabo Canaveral, na Flórida

Isaacman propõe ainda excluir, consolidar ou tornar mais eficientes muitos dos locais de campo do Centro de Voo Espacial Goddard da Nasa, além de privatizar ou contar com instituições acadêmicas para realizar algumas missões científicas atualmente conduzidas na Instalação de Voo Wallops na Virgínia.

O Centro Espacial Stennis, uma instalação no Mississippi que testa principalmente motores de foguetes, poderia ser gerenciado em nível estadual e evoluir para alcançar sustentabilidade financeira, de acordo com o Projeto Athena. Como exatamente isso aconteceria não está detalhado.

O plano propõe renegociar ou licitar novamente contratos de preço fixo, revisar os dez principais programas da Nasa por orçamento e acelerar as datas de lançamento para missões científicas e de descoberta “para o mais cedo que a física permitiria”.


Partes do plano foram inicialmente reportadas pelos sites Ars Technica e Politico.



Fonte ==> Folha SP – TEC

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