OS EUA anunciaram nesta quarta-feira (6) uma taxa adicional de 25% sobre produtos importados da Índiacomo forma de penalizar o país pela compra de petróleo da Rússia. A justificativa do governo presidente Donald Trump é que, ao adquirir petróleo russo, a Índia estaria contribuindo indiretamente com o financiamento da guerra contra a Ucrânia, iniciada em 2022.
Com a nova tarifa de 25%, a Índia passa a enfrentar uma alíquota total de 50% sobre seus produtos exportados aos Estados Unidos, que é a mais elevado do mundo ao lado do Brasil.
Em resposta oficial, o Ministério das Relações Exteriores da Índia classificou a decisão americana como “injusta, injustificada e irracional”. Segundo o governo indiano, as importações são determinadas por critérios de mercado e voltadas à segurança energética de sua população de 1,4 bilhão de pessoas.
No decreto da Casa Branca, o governo americano alertou que outras nações que importam petróleo russo também poderão enfrentar sanções semelhantes. A motivação, segundo o documento, visa conter a entrada de recursos estrangeiros na economia russa e, assim, reduzir a capacidade do país de financiar o conflito com os ucranianos.
“Ao impor uma tarifa de 25%, o presidente Trump pretende dissuadir os países de apoiar a economia da Federação Russa por meio de importações de petróleo”, afirmou o governo americano no decreto.
China, Índia e UE lideram as compras de petróleo russo
De acordo com o levantamento mais recente do Centro de Pesquisa sobre Energia e Ar Limpo (CREA)uma organização independente de pesquisa, a Rússia exportou a maior parte do seu petróleo bruto em junho de 2025 para a China (47%), Índia (38%), União Europeia (6%) e Turquia (6%).
Em valores absolutos, a China comprou € 3,5 bilhões em petróleo bruto russo no mês, enquanto a Índia pagou € 3,6 bilhões e a Turquia € 2,3 bilhões.
Brasil entre os maiores compradores de derivados de petróleo
Embora não esteja entre os maiores compradores de petróleo bruto, o Brasil aparece com destaque nas importações de derivados de petróleo russos, que inclui diesel e óleo combustível. Em junho, o país foi responsável por 12% dessas compras, atrás apenas da Turquia (26%) e da China (13%).
Segundo o Creao Brasil importou € 443 milhões em combustíveis fósseis russos no mês.
Rússia tem a 7ª maior reserva de petróleo do mundo
Apesar das sanções e da queda nas exportações para alguns mercados ocidentais, a Rússia segue como um dos principais países no setor de energia.
De acordo com o Boletim Estatístico Anual de 2025 da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opec, na sigla em inglês), o país encerrou o ano de 2024 com uma reserva de 80 bilhões de barris de petróleo, ocupando o sétimo lugar no ranking mundial.
*Estagiário sob supervisão de Diogo Max
Fonte ==> Exame