A técnica utilizada consiste no resgate de ramos de árvores saudáveis e na enxertia — conexão de galhos de duas plantas — que induz o florescimento precoce de novas mudas, acelerando seu crescimento em torno de 70% em comparação ao tempo natural na floresta.
Diego Balestrin, coordenador operacional do projeto Reflora, explicara que a parte prática inclui a identificação de matrizes, a coleta de ramos e o acondicionamento do material para transportedestacando a parte experimental da iniciativa. “Resultados promissores no resgate de DNA e na indução da floração precoce, desenvolvidos em Brumadinho pela UFV, consolidaram-se e se expandiram para os biomas Mata Atlântica, Amazônia e Cerrado. Agora estamos iniciando uma etapa crucial para a implementação do projeto Reflora”, ressalta.
O processo envolve quatro etapas principais: coleta de material genético de plantas saudáveis, enxertia, florescimento e plantio das mudas. O objetivo é preservar o DNA de espécies ameaçadas de extinção e contribuir para o restabelecimento dos ecossistemas.
Das oito espécies mapeadas pela Pucrs e Ufrgs no Pró-Mata, a goiabeira-serrana e o araçá tiveram material genético coletado e passaram por enxertia no treinamento. O professor da Pucrs, Leandro Astarita, afirma que a universidade foi responsável pela identificação prévia das plantas. “Estamos promovendo um treinamento para produzir mudas de alta qualidade de espécies nativas do Rio Grande do Sul. O objetivo é ampliar a variabilidade genética e fornecer mudas tanto para o reflorestamento quanto para a população local. Hoje coletamos a goiabeira-serrana, que, além da importância ambiental, tem frutos aproveitados na alimentação”.
O tempo médio para restabelecer os serviços ecossistêmicos afetados varia de 20 a 30 anos. Com o projeto Reflora, a expectativa é reduzir esse prazo para cinco a oito anos.
Fonte ==> Folha SP