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Solução para os Correios é privatizar ou fechar – 23/10/2025 – Opinião

Placa amarela com o logotipo e o nome

O novo esforço para salvar os Correios da bancarrota —que é para onde a estatal se encaminha há muitos anos, com maior velocidade neste mandato de Luiz Inácio Lula da Silva (PT)— constará da extensa lista dos grandes atentados perpetrados pelo governo federal contra os pagadores de impostos.

A administração petista tenta iludir o público com a lorota de que a operação de salvamento ocorreria por meio de um empréstimo de R$ 20 bilhões, de que participariam bancos estatais e até privados. Ninguém no mercado emprestaria tanto dinheiro a uma empresa que jogou no ralo do prejuízo R$ 4,4 bilhões apenas no primeiro semestre de 2025.

Como o Tesouro Nacional será o fiador do crédito —vai pagar a conta em caso de calote— trata-se, na verdade, de mais uma doação bilionária de recursos dos contribuintes a esse saco sem fundos do estatismo brasileiro.

Os Correios, com custos inflados pelo aparelhamento partidário e processos arcaicos, não têm condições de competir com as empresas privadas de logística no Brasil. O monopólio da estatal no transporte de encomendas, que obrigava os cidadãos a pagarem caro por um serviço ruim, foi quebrado em 2009 em decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).

O privilégio ficou mantido apenas para cartas, cartões postais e malas diretas, demandas que o avanço da comunicação imediata digital se encarregou de sufocar.

Uma lei de 2023 e um decreto de Lula do ano seguinte tentaram fazer voltar o passado ao estabelecerem que os Correios detêm a preferência em licitações para prestar serviços logísticos a órgãos da administração federal.

A tentativa de golpear a livre concorrência foi questionada na Justiça por uma associação de agentes privados, mas a ação foi extinta por tecnicalidade. De todo modo, o privilégio não salvou nem salvará a finança dos Correios, que em dois anos e meio de gestão petista acumulam R$ 7,6 bilhões de prejuízo —e contando.

Diante desse quadro terminal, a mera conjectura de injetar outras dezenas de bilhões do erário na estatal deveria provocar repúdio de cidadãos e órgãos de controle. Em relatório desta quinta-feira (23), a Instituição Fiscal Independente, do Senado, alertou sobre as consequências deletérias para o equilíbrio orçamentário do galope dos déficits das estatais, com os Correios na mira.

A melhor saída para a estatal talvez tenha deixado de ser a privatização. Tudo o que os Correios fazem, com a cabeça no século 20, já é realizado pelas empresas privadas com maior eficiência e menor custo. Nada além do interesse escuso de políticos justifica a continuidade dessa situação.

Governantes responsáveis já teriam encaminhado uma solução definitiva para estancar a sangria que só faz elevar a já monstruosa dívida federal de R$ 8 trilhões. Essa solução implica privatizar a estatal, se isso ainda for possível, ou fechar as suas portas a bem do interesse público de interromper esse assalto ao contribuinte.

editoriais@grupofolha.com.br



Fonte ==> Folha SP

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