No primeiro semestre deste ano, o segmento de “Máquinas de energia elétrica e suas partes” foi, percentualmente, o que apresentou maior crescimento dentro das exportações do Rio Grande do Sul, em relação ao mesmo período do ano anterior, com um incremento de 173,7%. No entanto, como os transformadores de energia, que são os itens mais relevantes desse setor, foram taxados em 50% no tarifaço do governo dos Estados Unidos a determinados produtos brasileiros, a tendência é de um recuo desse desempenho no restante de 2025.
As máquinas de energia elétrica e suas partes, nos seis primeiros meses deste ano, a partir do Estado, representaram um resultado de R$ 112,8 milhões nas exportações, contra R$ 41,2 milhões no mesmo semestre de 2024. De acordo com informações do Departamento de Economia e Estatística, vinculado à Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (DEE/SPGG), em 2025, a exportação desse grupo foi majoritariamente para os Estados Unidos, que teve 94% de participação no valor total exportado. Em 2024, os norte-americanos tiveram 79% de representatividade. Os números não envolvem plantas elétricas rotativas (motores e geradores).
Entre as empresas que atuam no Rio Grande do Sul e exportam transformadores estão a WEG, Tausch Equipamentos Elétricos e a Eletra Power Solutions. O diretor da regional da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) no Rio Grande do Sul, Régis Haubert, argumenta que entre os fatores que podem explicar o bom desempenho das exportações desses produtos está a expansão em projetos de energia nos Estados Unidos, a política de reindustrialização daquele país, o crescimento da demanda elétrica a partir de data centers e a vantagem cambial do dólar em relação ao real.
“E começamos a avaliar, diante de todo esse imbróglio que a gente está tendo com a taxação norte-americana, que pode ter havido uma antecipação de compras”, frisa Haubert. Com o tarifaço norte-americano, o dirigente adianta que a perspectiva é de os produtos gaúchos perderem competitividade, além de ocorrer a queda nas exportações. A projeção inicial é de uma redução de cerca de 40% nas vendas do setor, no segundo semestre, o que ele enfatiza ser algo preocupante.
Haubert afirma que os empreendedores estão trabalhando com o plano de diversificar seus mercados. Entre as possibilidades, ele cita países como Alemanha, Espanha, Japão e Coreia do Sul. Contudo, o diretor da Abinee adverte que as negociações para entrar em um novo mercado sempre levam algum tempo. O dirigente assinala que, no caso de transformadores de grande porte, cada nação já tem seus fornecedores constituídos. “Então, abrir um novo patamar de negociação não é tão simples”, aponta.
No total, as exportações do Rio Grande do Sul somaram US$ 9,3 bilhões no primeiro semestre de 2025, o que representa um crescimento de 2,3% em relação ao mesmo período do ano anterior. Dessas vendas para o exterior,
R$ 950,3 milhões, um pouco mais de 10%, foram destinadas ao mercado norte-americano.
Fonte ==> Folha SP