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‘Vale Tudo’: Chamada já reacendeu antigos noveleiros – 01/03/2025 – Thiago Stivaletti

Eu estava no saguão do Cinesesc, na rua Augusta, aguardando uma sessão na última quarta-feira (26). Ao meu lado, uma jovem de uns 15 anos mostrava um vídeo no YouTube ao seu amigo, que parecia um pouco mais velho.

“Olha isso… ela vende a casa da mãe e foge pro Rio!”, ela dizia. Foi aí que entendi que o vídeo não era o último clipe da Taylor Swift, mas a primeira chamada de “Vale Tudo”, que a Globo lançou nesta semana.

Desde segunda-feira (24), perdi as contas de quantos amigos que não veem novela desde “Avenida Brasil” (2012) –e outros que pararam lá na “Vale Tudo” original, em 1988– me escreveram no direct do Instagram quando postei a chamada.

Até minha amiga Luciana Coelho, colega aqui na Folha, prometeu que vai acompanhar a saga da honesta Raquel Acioly contra a filha má Maria de Fátima e a megera Odete Roitman (Lu, por favor não pense duas vezes em usar o espaço da sua coluna de séries para falar de novela).

Juntando isso com aquilo, não é preciso muita intuição para entender que o remake da maior novela que a Globo já produziu será um sucesso. “Vale Tudo” é um mito que atravessa gerações e, mesmo quem nasceu depois dela, já ouviu falar muito da trama de Gilberto Braga.

Sentindo a repercussão de uma simples chamada –quer dizer, não tão simples, porque a Globo caprichou e inovou no formato–, é difícil sustentar o argumento de que a emissora deveria investir mais em histórias originais do que nos remakes.

Mas claro, nem todos os comentários foram só elogios. Quase todos os ex-ex-noveleiros estão temendo por Bella Campos como Maria de Fátima pelas poucas cenas em que humilhou a mãe nas chamadas. Por outro lado, Taís Araújo como Raquel, tomando patada da filha e descobrindo a venda da casa, já mostrou que não aceitou o convite para a novela a passeio.

Taís é das poucas atrizes da Globo que encarnam uma mocinha de novela como ninguém. E Raquel é um personagem mais difícil que o das vilãs, certamente.

Eu, aqui do meu lado, ainda temo também pela Heleninha Roitman de Paolla Oliveira. Não deu pra ver muito ainda; foram breves segundos dela no divã da analista temendo a volta da mãe, a poderosa Odete.

Espero que, ao menos em alguns momentos, Paolla saiba imprimir uma leveza saudável à nossa alcoólatra mais icônica, como Renata Sorrah fez em 1988. Afinal, “Vale Tudo” não entrou para a história por ser um dramalhão pesado, mas uma história cheia de ação e reviravoltas surpreendentes.

Sem querer gerar ansiedade em ninguém, mas o remake de “Vale Tudo” estreia no próximo dia 31, ou seja, daqui a 30 dias. Ainda teremos novas chamadas pela frente para atiçar ainda mais a curiosidade. E mais quatro semanas de tortura de “Mania de Você” pela frente. Bem-vindos de volta, velhos noveleiros de guerra, “tamo” junto!

Foto de Thiago Stivaletti

Thiago Stivaletti é jornalista e crítico de cinema, TV e streaming. Foi repórter na Folha de S.Paulo e colunista do UOL. Como roteirista, escreveu para o Vídeo Show (Globo) e o TVZ (Multishow)



Fonte ==> Folha SP

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