PANROTAS / Artur Luiz Andrade
Confira o bate-papo:
BEAT WILLE – O Brasil é o segundo principal mercado para a BCD Travel na América Latina, ficando atrás apenas do México, mas por uma questão histórica. Nossa operação no México é mais antiga, teve início em 2003, enquanto no Brasil ela se iniciou em 2014. E mesmo que o México seja o nosso principal mercado, o maior potencial está no Brasil.
Temos um posicionamento muito forte na América Latina, o que se torna evidente quando comparado a outras TMCs. E isso porque temos operações próprias, a começar pelo Brasil, onde tínhamos uma estrutura de joint venture (com a Avipam). Estamos investindo no País porque vemos potencial de crescimento e de ter uma operação própria nele. Há muitos anos trabalhamos com esse modelo de negócios e convertemos, nos principais mercados da América Latina, a estrutura de joint venture para operação própria. Temos operações não só no Brasil e no México, como também na Argentina, no Peru, no Chile, e na Costa Rica. No Panamá anunciamos operação própria no inicio deste ano e na Colômbia temos ainda uma joint venture parcial, que em breve deve se tornar operação própria.
BEAT – A BCD Travel tem como objetivo ser um consultor de confiança para os seus clientes, ainda mais agora, em um momento em que eles precisam reformular seus programas de viagens. Um dos desafios tem sido reuni-los (para reuniões e eventos corporativos), considerando que muitos que moravam em São Paulo agora vivem por todo o Brasil.
Oferecer segurança ao viajante, ter um programa de duty of care e de relatórios de despesas são questões muito importantes no mercado europeu e norte-americanos, mas que têm ganhado cada vez mais relevância na América Latina. As empresas querem saber o que está acontecendo com o seu viajante. Saber se o hotel em que eles estão hospedados é seguro ou como podem contatá-los quando estão na estrada. Nós oferecemos soluções que atendem a essas demandas e, por meio do nosso aplicativo, é possível enviar alertas e mensagens aos viajantes, facilitando a comunicação com eles.
É claro que a questão do preço ainda é muito importante, mas vemos outros temas, como a sustentabilidade, ganharem espaço, mesmo que de forma lenta quando comparado a outros mercados, como o europeu e o norte-americano. A oportunidade de medir a pegada de carbono, por exemplo, tem ganhado um interesse crescente por parte dos nossos clientes.
BEAT – É importante destacar que, em comparação com outros mercados, a América Latina se recuperou de forma mais rápida para a BCD Travel. Na região, muitos países atingiram de 80% a 85% de recuperação dos níveis de 2019, alguns chegaram a 90%, outros estão acima disso. O Brasil ainda não atingiu os níveis pré-pandêmicos, mas está muito perto de fazê-lo e deve chegar aos resultados de 2019 dentro de alguns meses, lembrando que ainda há muita oportunidade de crescimento, principalmente no que se refere ao número de clientes.
BEAT – Esse é um desafio não só do Brasil, como também de outros países, como a Colômbia, por exemplo. O que tentamos fazer, juntamente com o GDS, é encontrar uma solução que seja realmente integrada em todos os aspectos. O processo de compra é uma parte do segmento, mas há outros detalhes envolvidos e precisamos de alguém que traga uma certa estrutura de volta ao nosso ecossistema, para que tudo possa conversar entre si. Apoiamos o NDC, mas sabemos da necessidade de uma funcionalidade que possa se integrar ao nosso ecossistema e ao ecossistema dos clientes, porque eles querem um relatório de despesas e hoje, com as opções que há, tudo ainda está muito fragmentado.
Fonte ==> Panrotas